Cirurgia bariátrica

Cirurgia Bariátrica

A cirurgia bariátrica contempla uma série de procedimentos cirúrgicos que em conjunto com o tratamento multidisciplinar (nutrição, psicológico, reeducação física, mudança de estilo de vida) visam a perda do excesso de peso e consequente diminuição do risco de doenças associadas.

Obesidade

Obesidade é definida como o aumento do peso corporal em relação ao peso ideal devido ao excesso de tecido gorduroso. A obesidade é uma DOENÇA com aspectos multifatoriais: metabólicos, genéticos, endocrinológicos, emocionais, comportamentais e sociais. Por falta de informação e preconceito é ainda entendida por alguns como um problema de falta de força de vontade e preguiça. Compromete cada vez mais pessoas trazendo problemas graves de saúde (hipertensão, diabetes, artroses, etc…) diminuindo a qualidade e a expectativa de vida.

A corpulência não é apenas uma enfermidade em si, mas o prenúncio de outras. A morte súbita é mais comum naqueles que são naturalmente gordos do que nos magros. Hipócrates (460 a.C.-370 a.C.)

Tem-se adotado a classificação proposta pela OMS (Organização Mundial da Saúde) que usa o IMC (Índice de Massa Corporal) para a definição de sobrepeso e obesidade. Na determinação da quantidade de gordura corporal o ideal é que o IMC seja utilizado em conjunto com outros métodos como a medida da circunferência abdominal, a bioimpedância e a colorimetria indireta.

Indicações

As indicações atuais de cirurgias bariátricas são: idade de 18 a 65 anos, IMC maior a 40 kg/m² ou 35 kg/m² com uma ou mais comorbidades graves relacionadas com a obesidade e coprovação de que os pacientes não conseguiram perder peso ou manter a perda de peso apesar de cuidados médicos apropriados realizados regularmente há pelo menos dois anos ( com dietoterapia, psicoterapia, tratamento farmacológico e atividade física).

Nos pacientes acima dos 65 anos uma avaliação multiprofissional deve ser realizada para estabelecer os riscos específicos.

Comorbidades (Doenças Associadas)

De acordo com a Resolução 2.131/2015 publicada pelo Conselho Federal de Medicina, as comorbidades (doenças associadas) para indicação em pacientes com IMC maior do que 35 kg/m² são: diabetes, apneia do sono, hipertensão arterial, dislipidemia, doenças cardiovasculares incluindo doença arterial coronariana, infarto do miocárdio, angina, insuficiência cardíaca congestiva, acidente vascular cerebral, hipertensão e fibrilação atrial, cardiomiopatia dilatada, cor pulmonale e síndrome da hipoventilação da obesidade, asma grave não controlada, hérnias discais, osteoartroses, refluxo gastroesofágico com indicação cirúrgica, colecistopatia calculosa, pancreatites agudas de repetição, incontinência urinária de esforço na mulher, infertilidade masculina e feminina, disfunção erétil, síndrome dos ovários policísticos, veias varicosas e doença hemorroidária, hipertensão intracraniana idiopática (pseudotumor cerebri), estigmatização social e depressão.

Adicionalmente observa-se a precaução de: ausência de uso de drogas ilícitas ou alcoolismo, a ausência de quadros psicóticos ou demenciais graves ou moderados, além da compreensão, por parte do paciente e dos familiares, dos riscos e das mudanças de hábitos inerentes a uma cirurgia de grande porte sobre o tubo digestivo e da necessidade de acompanhamento pós-operatório com a equipe multidisciplinar em longo prazo.

A cirurgia laparoscópica (pequenas incisões) está associada a menos complicações na ferida operatória, menos dor, diminui o tempo de internação hospitalar e recuperação mais rápida pós-operatória, com a mesma eficácia da laparotomia (incisão no abdômen).

Técnica de Derivação Gástrica em Y-de-Roux (DGYR)

Sinônimos: gastroplastia, redução de estômago, Capella

Atualmente é a cirurgia bariátrica mais utilizada no mundo todo. É uma técnica mista (restrição e absorção). Consiste na redução do estômago a uma pequena câmara e fazendo um desvio do intestino delgado. A perda do excesso de peso pode atingir 70% a 80%. No acompanhamento pós operatório deve-se ingerir continuamente um complexo vitamínico-mineral e monitorar periodicamente o nível de vitaminas (B12, D), ferro e cálcio. A mortalidade deste procedimento é em torno de 0,5%.

Gastrectomia Vertical

Sinônimos: gastrectomia em manga, sleeve.

Trata-se de um método restritivo que consiste na retirada vertical de cerca de 80% do estômago. Não há intervenção sobre o intestino. O estômago fica restrito a um tubo. A parte do estômago separada é removida do paciente. Está técnica está associada ao aumento do risco de desenvolvimento de refluxo gastro esofágico no pós operatório.

No pós operatório os pacientes devem manter a regularidade das consultas ao médico, a assistência nutricional e os exames laboratoriais de acompanhamento. A frequência das consultas e dos exames é individualizada de acordo com as comorbidades e com o tipo de cirurgia realizada.